50 anos Poema/Processo: uma vanguarda semiológica
21.10 — 16.12.17
Artistas

Após dois anos de pesquisa, a Galeria Superfície tem o prazer de apresentar a exposição 50 anos Poema/Processo: uma vanguarda semiológica. A mostra rememora as primeiras exposições e manifestações artísticas do movimento, que tiveram início em dezembro de 1967 e foram inauguradas simultaneamente em Natal e no Rio de Janeiro — ocasião em que o grupo lançou seu manifesto e suas proposições, contando com artistas dos estados de Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Pernambuco.

Decorrente do concretismo, o movimento Poema/Processo surge como um rompimento criativo com a comunicação institucionalizada no campo da literatura, da poesia, do cinema e das artes plásticas. Verificou-se primeiro a necessidade de separação entre poema e poesia, tendo a poesia como um conceito abstrato, e o poema como objeto tátil, material, plausível de ser rasgado e manipulado. Depois, a concepção de poema foi radicalmente ampliada sendo produzido pelo grupo, poemas-visuais, poemas-objeto, poemas para serem rasgados, poemas para serem queimados, poemas comestíveis, filme-poemas e happening-poema.

A exposição ocorrerá no espaço da galeria nos Jardins e simultaneamente na Biblioteca Mário de Andrade, que recebe obras do movimento como extensão da mostra. Estarão em exibição obras históricas inéditas, produzidas entre o período de 1966 e 1977, de artistas como Wlademir Dias-Pino, Alvaro de Sá, Neide Sá, Décio Pignatari, Falves Silva, Moacy Cirne, Paulo Bruscky, Anchieta Fernandes, Márcio Sampaio, Joaquim Branco, P.J. Ribeiro, Ronaldo Wernek, entre outros.

No mesmo dia será exibido no auditório da Biblioteca o filme Apocalipopótese — Guerra & Paz (1968)do poeta e documentarista Raymundo Amando, que registrou uma das primeiras exposição do movimento, nas atividades propostas por Frederico Moraes no evento Arte no Aterro, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro.