Quando a seca entra
02.04 — 16.05.15
Artista: 

Há alguns anos, desde o retorno à sua cidade Natal (Uberaba), Fábio Baroli tem se dedicado a pintar o Matuto. O matuto do dicionário, o homem que vive no mato, o habitante do campo, o sertanejo — e tudo que é relativo ao campo, ao mato. Da observação dos seus matutos favoritos, e de todos os temas que eram caros a eles, dos trocadilhos e das brincadeiras comuns era natural que ele voltasse os olhos para sua própria história: a história da família.

Nesta exposição Baroli nos traz uma série de pinturas em pequenos formatos constituídas em segmentos por telas independentes que podem se correlacionar, gerando ininterruptas narrativas visuais. Para cada composição, são utilizadas referências de fotografias analógicas antigas, de álbuns de família, e também imagens digitais. É um trabalho que traz imagens de cotidianos interioranos em diferentes lugares, tempos e gerações, em uma mistura de memórias que permitem dar a (re)conhecer aquilo que mora no imaginário de muitos. Um jogo de imagens e lembranças em busca de reinterpretações que suscitam a identificação do que se viveu ou se ouviu contar em alguma história. A série visa abarcar o processual e o cronológico não como uma sucessão sequencial de acontecimentos, mas como instantes que transitam entre temporalidades, tendo percursos, aprendizados e reviravoltas relacionados ao desdobramento da poética que resultam em planos cartográficos imagéticos, memoriais e inventivos que, muitas vezes, se embaralham.