Desde os anos 1970, Vera tem atuado avidamente no cenário cultural de Porto Alegre, figurando entre os fundadores do Grupo Nervo Óptico (1976–1978) — em conjunto com Carlos Asp, Carlos Pasquetti, Clóvis Dariano, Mara Alvares e Telmo Lanes —, do Espaço N.O. (1979–1982) e também da Galeria Obra Aberta (1999–2002). Em 2005, instituiu uma fundação dedicada à difusão, preservação e divulgação da arte contemporânea, que leva seu nome e a qual preside desde então.
Vera Chaves Barcellos é formada em Música pelo então Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde também frequentou durante dois anos o curso de Artes Plásticas. No início dos anos 60, passou a se dedicar à gravura, na qual se iniciou em instituições na Holanda e na Inglaterra. Nos início dos anos 70 começa a empregar a fotografia em seu trabalho, e passa de uma estética ainda ligada ao modernismo à uma obra mais conceitual. Em 1975, aprofundou seu conhecimento em técnicas gráficas e fotografia no Croydon College ao ser contemplada com uma bolsa do British Council. Muitos de seus trabalhos visam colocar em discussão os rendimentos e limites da própria linguagem fotográfica, pela manipulação com pintura e utilizando não só imagens próprias como apropriadas da mídia. A partir do final dos anos 1980, incorpora objetos às imagens fotográficas, realizando a partir de então uma série de instalações.
A artista realizou inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Em 1976 integrou o grupo de artistas representantes do Brasil na 37ª Bienal de Veneza com o trabalho Testarte. Participou de quatro Bienais de São Paulo, da V Bienal de Artes Visuais do Mercosul (2005), da mostra “Anos 70 – Arte como Questão” (2007), no Instituto Tomie Ohtake, e da mostra “MAM na Oca” (2006), além de exposições coletivas na Alemanha, Bélgica, Coreia, França, Holanda, Inglaterra, Japão, Estados Unidos e Austrália. Em 2007, o Cultural Santander de Porto Alegre fez uma retrospectiva da sua carreira com a mostra “O Grão da Imagem – Uma Viagem pela Poética de Vera Chaves Barcellos”, e, em 2009, “Imagens em Migração”, uma mostra abrangente de sua obra é apresentada no MASP, em São Paulo. Em 2017, participa da exposição “Mulheres Radicais: Arte Latino-Americana, 1960–1985”, inaugurada no Hammer Museum (Los Angeles), que foi mostrada no ano seguinte no Brooklyn Museum (Nova York) e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.