Martinho Patrício
25.02 — 26.03.16
Artista: 

A Galeria Superfície tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista Martinho Patrício (João Pessoa, 1964) em São Paulo.

O artista inicia sua trajetória em 1991, quando realiza sua primeira exposição individual na Pinacoteca da Universidade de João Pessoa, onde mostra pela primeira vez trabalhos feitos em tecido. Em 1996, participa do 3oº Salão de Artes Plásticas no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) e recebe Menção Honrosa. Também em 1996 participa da mostra Antarctica Artes com a Folha, no Pavilhão Manoel da Nóbrega, em São Paulo, apresentando os trabalhos Danúbio Azul 1 e 2. Realiza exposição individual no Museu de Arte Moderna da Bahia, em 1997, e no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM- PE), Recife, em 2002.

Nesta exposição, apresenta trabalhos pontuais que caracterizaram sua produção dos anos 1990, entre as quais a obra Iêdas (2002). Em 2002, participa da mostra coletiva Caminhos do Contemporâneo 1950–2002, no Paço das Artes, Rio de Janeiro, com um trabalho da série vermelha, feito em linho e fita de cetim. No Observatório Cultural Torre Malakoff, Recife, em 2005, realiza exposição individual com a obra Brincar com Lygia — instalação composta de pequenas peças triangulares, feitas com papel laminado, que formam um jogo e com o qual o artista provoca a participação do público, ao mesmo tempo em que faz um comentário ao trabalho da artista brasileira Lygia Clark e à democratização da obra de arte, disponibilizando à venda múltiplos do jogo pelo preço de R$1,00.

Em 2006, participa da 27ª Bienal de São Paulo: Como Viver Junto, apresentando uma série de pequenos trabalhos feitos em gorgorão e renda, e a instalação Brincar com Lygia (2005). Em 2007, integra a exposição Futuro do Presente, no Instituto Itaú Cultural, com a instalação Brincar com Volpi (2007). Nesse mesmo ano, participa do 30º Panorama da Arte Brasileira: Contraditório, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), com uma série 20 de desenhos chamados Expansão, que hoje compõe o acervo do MAM-SP. Em 2009, integra o Programa Radiovisual , na 7ª Bienal do Mercosul: Grito e Escuta, Porto Alegre, produzindo o áudio, intitulado Tapioca (2009). Outras obras do artista fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba e Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba. Atualmente, Martinho vive e trabalha em João Pessoa.

Com uma obra peculiar — geralmente em tecido — desenvolve conceitos ligados ao tempo, à religiosidade, ao sagrado e ao profano, à morte, à deformação dos objetos de culto e dos ritos. Ao mesmo tempo, lida com questões relacionadas ao imaginário popular, contrapondo texturas de materiais rústicos ligados às tradições do Nordeste de maneira a estabelecer diálogos entre eles. A utilização do tecido como suporte dos trabalhos se ancora em referências fortes do cotidiano do artista, desde cedo cercado por um repertório variado de formas litúrgicas e lúdicas feitas de engenho e pano. Embora estejam próximas as formas construtivas cultas, essas outras formas dos trabalhos de Martinho não são fixas ou rijas, cedendo ao sopro do vento e à proximidade do corpo humano. O procedimento proposto pelo artista alia seu interesse pela forma (até então conseguida por tecidos, fitas, fuxicos, rendas e suas cerziduras) à espontaneidade de configuração de um jogo como o de búzios.

Na Superfície, Martinho vai apresentar o projeto inédito Me Molde, e outros trabalhos importantes que pontuam a carreira e o trabalho deste importante artista, como os Rosários e os desenhos da série Expansão, que fazem parte da coleção do MAM-SP.