A Galeria Superfície tem o prazer de apresentar a exposição Engrenagem Máquina, Corpo Ar, individual da artista Gerty Saruê, com curadoria e texto de Paula Borghi.
Nascida em Viena, em 1930, Gerty Saruê fugiu do regime nazista aos nove anos, indo morar na Bolívia. Em 1954, muda-se para São Paulo acompanhada dos filhos e do marido. Na cidade, a artista testemunhou o crescimento desenfreado da metrópole e suas máquinas, que têm desde o início papel importante em sua pesquisa.
Gerty participou da IX Bienal de São Paulo, em 1967, e da seguinte, em 1969. Na década de 1970 sua carreira se consolida, passando a realizar ensaios gráficos para livros e revistas. Haroldo de Campos, um dos autores com quem trabalhou, escrevera: “Não se trata de ilustrações, mas de uma verdadeira tentativa de tradução inter-semiótica.” Em 1973, com o artista Antonio Lizárraga, ela realiza o trabalho Metrópole para a XII Bienal de São Paulo. Dois anos depois, Gerty Saruê integra o Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Pode-se percorrer sua obra por uma linha historiográfica dos meios de reprodução da imagem: o pensamento gráfico em articulação com a reprodutibilidade técnica e os progressos da atividade industrial. Até o fim dos anos 1990, sua produção é pautada pelo uso de fotografias analógicas, colagens, cópias eletrostáticas e heliográficas, impressões offset e serigrafias. Mais tarde, passa a trabalhar com computadores e processamento eletrônico de informações.
A presente exposição exibe um recorte panorâmico dos trabalhos de Gerty Saruê — incluindo suas monotipias, assemblages, colagens e serigrafias — desde a produção dos anos 1960 até o seu mais recente trabalho Ar, uma instalação que ocupa toda a entrada da galeria e simula uma parede que respira.
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Confira o catálogo da exposição
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Gerty Saruê
Usina, 1970
Monotipia e nanquim sobre papel
32 × 45 cm