E Tudo Me Parece Voo
01.08 — 31.08.19
Artista: 

Curadoria: Keyna Eleison

Catálogo

A Galeria Superfície tem o prazer de apresentar E Tudo Me Parece Voo segunda exposição individual da artista Anna Costa e Silva (Rio de Janeiro, 1988) na Galeria, com curadoria de Keyna Eleison. Reunindo instalações sonoras, vídeos e fotografias, a artista propõe ao público a observação de afetos e narrativas femininas e de estados suspensos de consciência.

A exposição dá continuidade à estratégia poética da artista, que realiza trabalhos à partir de encontros entre pessoas. A instalação sonora inédita Círculo reúne uma série de cartas de mulheres para suas ancestrais e descendentes, obtidas à partir de uma chamada aberta amplamente divulgada em redes sociais. As narrativas, lidas pelas próprias autoras ou destinatárias das cartas, ocupam cadeiras dispostas de forma circular, apresentando uma diversidade de universos particulares. Juntas, ecoam como um coral feminino de afetos que canta baixo, desvelando narrativas e mundos ocultos e convidando o público a uma experiência compartilhada de escuta.

Os Sonhos Recorrentes das Minhas Amigas apresenta uma coleção de depoimentos recolhidos sobre fantasmas inconscientes de pessoas próximas e As Tentativas, uma observação de estados oníricos no contexto cotidiano. A reunião das obras no espaço expositivo cria uma atmosfera silenciosa, de mergulho profundo no imaginário humano. Uma investigação dos “entre-estados”, dos momentos de suspensão do tempo, tão caros à Anna.

A busca por narrativas íntimas e ocultas, sempre presente no trabalho da artista, se mostra em E Tudo Me Parece Voo com particular detalhamento de olhar. Os trabalhos apresentados, fragmentos de momentos vividos por Anna em sua pesquisa de longo prazo sobre a experiência e a conexão humanas, apontam para uma transcendência do banal, atingindo o ponto em que o cotidiano, o desejo e o sonho se fundem.

Segundo a curadora “Anna desenvolve sua pesquisa e realiza seus trabalhos de um foro íntimo, de uma particularidade intensa e que se percebe humana e de contorno público. É possível reconhecer em sua poética o ritmo do dia a dia, a música do cotidiano. O voo percebido a partir de um gesto expresso nas obras, um instante em comum que nos leva à suspensão.”