Artistas:
Alderico Leandro, Alvaro de Sá, Anchieta Fernandes, Anselmo Santos, Ariel Tacla, Clemente Padin, Dailor Varela, Falves Silva, George Smith, J. Cláudia, J. P. Ribeiro, Joaquim Branco, Jorge de Luxan Gutierrez, José Alcides Pinto, José Luiz Serafini, Moacy Cirne, Nei Leandro de Castro, Neide Dias de Sá, Pedro Bertolino, Plínio Filho, Ronaldo Werneck, Sebastião Carvalho e Wlademir Dias-Pino
Decorrente do concretismo e em meio ao contexto político da ditatura militar no Brasil, o movimento Poema/Processo surge como um rompimento criativo com a comunicação institucionalizada no campo da literatura, poesia e artes plásticas. Fundado pelos precursores Wlademir Dias-Pino, Álvaro de Sá, Neide de Sá, Moacy Cirne, Falves Silva, entre outros, tem sua primeira exposição inaugurada simultaneamente no Rio de Janeiro (Escola Superior de Desenho Industrial) e Natal (Sobradinho) em dezembro de 1967. Seu primeiro texto-manifesto, publicado em abril de 1968 na 4º Exposição Nacional de Poema/Processo no Museu de Arte Moderna da Bahia, lançava as ideias que nortearam a prática e teoria do grupo, criando um objetivo artístico reprodutível que atendesse às necessidades de informação e comunicação das massas, pautado pela lógica do consumo imediato.
Poemas gráficos, poemas objetos, poemas interativos, filmepoemas, envelopoemas e performancepoemas, são algumas das contribuições que o Poema/Processo nos dá. Como parte de suas proposições, criaram também o conceito das versões, o que indicava a quebra de estilo: cada artista podia fazer uma versão da obra do outro e vice-versa, criando um mecanismo de continuidade da obra, da transformação como processo, do contra estilo e da co-autoria. Imersos em um alto nível de possibilidades e inventividades, uma das contribuições de maior relevância de sua prática reside na quebra dos gêneros, a palavra que vira imagem, a imagem que vira escultura, e a tridimensionalidade que vira uma ação. O poema, liberto de seu suporte tradicional, torna-se multidisciplinar, podendo nos proporcionar a noção de que toda conjuntura de fazeres e da realidade se dá em processo, assim como o próprio viver.
Em 2017, A Galeria Superfície, em conjunto com a editora WMF Martins Fontes, lançou o livro “Poema/Processo: Uma Vanguarda Semiológica”.
O livro, contendo 320 páginas, apresenta um panorama histórico da poesia visual no Brasil, documentando as principais atuações e obras produzidas pelo grupo Poema/Processo entre os anos de 1967 a 1986. Com organização de Gustavo Nóbrega, o livro conta com textos históricos escritos por Frederico Morais, Moacy Cirne, Álvaro de Sá, Neide Sá, Frederico Marcos, Anchieta Fernandes e, o mais recente deles, o texto do curador e pesquisador Antonio Sergio Bessa. A organização segue uma ordem cronológica e propõem que a história seja contada pelos próprios artistas e críticos da época, através de fatos e textos publicados em livros, revistas, catálogos e jornais.
Para fazer o download do PDF do livro, basta clicar aqui.