
Nascida no Rio de Janeiro em 1988, Anna Costa e Silva utiliza do encontro entre pessoas como matéria fundamental de seu trabalho, pesquisando e propondo reformulações de tecidos sociais e situações afetivas, construindo projetos na intersecção entre artes visuais, cênicas, cinema, fotografia e instalação. Sua pesquisa se debruça sobre estados de intimidade, sono, vigília, estranheza e suspensão temporal, provocando os limites entre realidade e ficção, experiência e memória.
Mestra em Artes Visuais pela School of Visual Arts de Nova York, a artista recebeu prêmios como FOCO Bradesco ArtRio, Bolsa Funarte de Produção Artística, American Austrian Foundation Prize for Fine Arts, foi indicada ao Premio PIPA 2018 e 2020 e finalista do Marcantonio Vilaça 2019. Expos seu trabalho em individuais e coletivas em instituições como Centro Cultural São Paulo, Casa França Brasil, Parque Lage, Oi Futuro, Pivô, BienalSur, Buenos Aires, Art In Odd Places, NY, Contemporary Art Center, Lituânia, entre outras. Em 2022, participa da Bienal do Mercosul, Sonho, Trauma e Fuga. Tem trabalhos em coleções públicas e privadas, entre elas o Museu de Arte do Rio de Janeiro e o Instituto Moreira Salles.


Por favor leiam para que eu descanse em paz
2022
Vídeo instalação, em processo
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“Por favor leiam para que eu descanse em paz” é uma videoinstalação dirigida por Anna Costa e Silva e Nanda Félix, que tem como ponto de partida um envelope deixado pela avó de Nanda na ocasião de sua morte, escrito “Por favor leiam para que eu descanse em paz. Papéis muito privados, me perdoem se causar sofrimento a meus filhos, mas a única certeza que tenho é que não conseguiria me manter viva sem amor”. Dentro do envelope, um laudo psicológico que organiza a saúde mental dessa mulher em tópicos, além de uma série de cartas e confissões para um padre.
A história de MC, pouco conhecida pela família e de intensidade revelada apenas após sua morte, foi o estopim para a realização desse projeto, que leva às últimas consequências a sua provocação, convidando muitas mulheres a lerem esse laudo e seus escritos em voz alta e contarem suas próprias histórias de opressões e silenciamentos e do uso de diagnósticos como forma de controle de corpos femininos.


Por favor leiam para que eu descanse em paz
2022
Vídeo instalação, em processo
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Nesses vídeos, vemos um encontro coletivo com todas as mulheres participantes do projeto, com uma leitura em voz alta do laudo, uma série de imagens e gestos realizados com pacientes mulheres da Clínica Psiquiátrica Casa Verde, além de uma visita ao Hospital Pedro II, que foi dirigido por Nise da Silveira, e onde se conservam até hoje instrumentos utilizados em internações, tais como camisas de forças e instrumentos de eletrochoque e lobotomia. A história dessas várias mulheres é colocada em diálogo com a história da avó de Nanda, e seu pedido é transformado num alto falante para gritos de dor e potência, numa sobreposição de tempos e espaços.
O corpo feminino é um agente cultural que nasce entre a norma e o desvio, um corpo onde são impressas marcas na tentativa de controle e domínio, mas há algo que escapa. Das bruxas às histéricas, das esposas às escravas sexuais, das mulheres padronizadas às mulheres ditas desviantes, todas em maior ou menor grau estão dentro de um enquadramento masculino como objetos e não sujeitos de suas próprias vidas. Quem são estas mulheres e o que elas tiveram que aprisionar para serem consideradas “saudáveis” numa sociedade patriarcal?


As tentativas — No calor da hora
2020
Instalação


As tentativas — No calor da hora
2020
Instalação
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“No calor da hora” foi um projeto de arte pública que convidou artistas a produzir outdoors com obras, que foram colocadas em espaços públicos durante a pandemia de Covid 19. Enquanto as instituições culturais foram fechadas e esses espaços, originalmente ocupados por anúncios, também ficaram vazios. Anna realizou uma versão em grande escala de uma das fotos de “As Tentativas”, que ganhou novas camadas quando colocada no espaço público num momento de horror político, genocídio e reivindicação de impeachment do presidente. Também, um mês antes, fora anunciada a venda da Cedae, responsável pelo abastecimento de água no país. A imagem funciona como um grito silencioso, que propõe um ritmo diferente dos anúncios que a cercam.
A última gota d’água. O estouro latente – individual e coletivo. Perante o inimaginável, com todos os limites ultrapassados, até onde se pode ir? O que mais é necessário para o vidro transbordar? A atenção a cada uma das gotas, o questionamento de nossas arestas. A água é o feminino, a emoção, o corpo sensível – e foi colocada à venda. .Uma imagem silenciosa que propõe outro ritmo. Um desejo de escuta, um grito baixo.










Ofereço Companhia – Anúncio 01
2016
Caneta sobre papel
9 × 13,5 cm


Ofereço Companhia – Agenda
2016
Caneta sobre papel
21 folhas
17 × 12 cm cada


Ofereço Companhia – Partículas
2016
Madeira, papel e acrílica
40 peças
5 × 8,5 cm cada


Ofereço Companhia – Partículas
O trabalho é documentado através de vestígios que gerou no mundo: os anúncios nos jornais e mídias sociais, a agenda da artista nos 21 dias com todos os encontros solicitados, os emails e mensagens que recebeu a partir do anúncio, uma foto por encontro e monóculos com histórias íntimas e reflexões que ouviu nos encontros. A imaterialidade e a escala 1 a 1 da experiência tornam a instalação uma dobra possível, que não pretende dar conta desses encontros, mas sim apontar caminhos.


Ofereço Companhia – Anúncio O Globo
Ofereço companhia é uma ação/ modo de viver que foi realizada durante 21 dias, nos quais a artista se disponibilizou em tempo integral para oferecer companhia para qualquer pessoa em qualquer atividade. O anúncio foi colocado em jornais, sites de anúncio e redes sociais, alcançando um público inesperado. Toda companhia solicitada deveria ser atendida e todos os outros compromissos da vida da artista ficaram em segundo plano durante esse período.


Ofereço Companhia – Anúncios


Fogo sobre lago
Vídeo-objeto


Púrpura
Ação para 1 pessoa


Púrpura
Ação para 1 pessoa


Púrpura
Ação para 1 pessoa


Sopro 03


Eu, Você, e os Seres Abissais
Impressão sobre papel algodão 58,67 × 88 cm


Sopro
Jato de tinta sobre papel algodão Políptico de 6, 16,5 × 21,5 cm cada


Os sonhos recorrentes das minhas amigas
Fotografias sobre caixa de madeira com backlight


Se eu pudesse te falar alguma coisa antes de existir
Instalação sonora


Círculo
Instalação sonora em 8 canais 45'16''


Quando a gente estava ali
Detalhe


Quando a gente estava ali


Quando a gente estava ali


Assíntotas


Assíntotas


Assíntotas


Autorretrato


Autorretrato
Detalhe da instalação


Práticas de estar com
Interações imateriais para duas pessoas


Você também ouve a música?
Vídeo HD


Copo
Vídeo HD 54''


E se a gente estiver enganado sobre a direção da gravidade?
Vídeo HD